O tornozelo é uma articulação que desempenha uma importante função no dia a dia. Responsável por fazer a ligação entre os pés e as pernas, é ali que é gerada a sustentação para o corpo e a estabilidade para ficar em pé, caminhar e correr.

 

Sua formação é composta por ossos, como a tíbia, fíbula, talus e calcâneo, articulações entre esses ossos, uma série de ligamentos e tendões. Por ser responsável por gerenciar a carga de peso que vem do corpo e distribuir ao pé, promover mobilidade e estabilidade ao corpo, está sujeito a diferentes tipos de lesões, como artrose, entorses, estiramentos e fraturas.

 

Qualquer incômodo na região tem como consequência a dificuldade de sustentar o pé no chão, o que prejudica a capacidade de locomoção, e é pode ser de difícil tratamento devido a dificuldade de mantermos a região em repouso por tempo necessário.

 

Entorses e lesões ligamentares

 

A torção no tornozelo mais comum é quando o pé vira para dentro (a face de um pé fica voltada para o outro), provocando lesão nos ligamentos do lado exterior do tornozelo. Ela pode ser classificada em até três graus, indicando a gravidade da lesão ligamentar. No entanto, na maior parte das vezes trata-se de um caso leve, carecendo de poucos cuidados para a melhora. As entorses geralmente são acompanhadas de inchaço e hematomas. A maioria dos casos de torção precisa de repouso, gelo e tempo para se recuperar. Isso porque nosso organismo tem a capacidade de recuperar as lesões. Algumas vezes é necessário o uso de medicações analgésicas e antiinflamatórias, associado a fisioterapia. Para acelerar a recuperação das lesões podemos utilizar medidas físicas como o laser de alta intensidade e a terapia por ondas de choque, assim como realizar aplicações de fatores de crescimentos e células sinalizadoras diretamente no local lesado com auxílio do ultrassom.

 

Tendinite

 

A inflamação nos tendões do tornozelo, a tendinite, é muito frequente. Pode ser causada por diferentes fatores, desde sobrecarga devido a treino exaustivo (corrida, bike e etc) como por alterações crônicas relacionadas a biomecânica da pisada ou uso inadequado de calçados. Ela se manifesta por meio de dor ao caminhar, a rigidez para movimentar e inchaço no tornozelo. Quando o tratamento conservador, com medicações e fisioterapia, não é suficiente, gosto de utilizar infiltrações guiadas por ultrassonografia para acelerar o processo de recuperação. Os tendões mais comumente afetados são o tendão de Aquiles e os tendões fibulares.

 

Tendinopatia do tendão de Aquiles

 

O tendão de Aquiles é o mais forte do corpo humano, mas mesmo assim não está livre de problemas. Por ser sofre muita tensão e utilização excessiva durante movimentos como andar, correr, agachar e saltar, esse tendão pode ficar inflamado de forma aguda ou crônica. Dor na parte posterior do calcanhar, dificuldade para caminhar e inchaço são os principais sintomas. O não tratamento adequado da tendinopatia de Aquiles pode levar ao enfraquecimento tendíneo e sua ruptura posteriormente. O tratamento que utilizo para esses casos são fisioterapia, terapia por ondas de choque, laser de alta intensidade, proloterapia e infiltração local regenerativa com fatores de crescimento.

 

Fascite plantar (esporão)

 

A fáscia plantar é um cordão fibroso que inicia-se no calcanhar e se estende como um leque até próximo aos dedos, ficando entre a gordura abaixo da pele e os músculos na planta do pé. A sua porção de origem, junto ao osso calcâneo sofre grande tensão, fazendo com que seja frequente o surgimento de processo inflamatório neste local, o que chamamos de fascite. Algumas vezes forma-se uma proeminência óssea junto a sua origem, o que é chamado de esporão plantar, piorando ainda mais o estado inflamatório. Quando o tratamento conservador, com medicações e fisioterapia, não é suficiente, gosto de utilizar terapia por ondas de choque, laser de alta intensidade, proloterapia e infiltração local regenerativa com fatores de crescimento.

 

Artrose

 

A artrose é o desgaste articular. Pode acontecer devido a fatores genéticos e ambientais, como fraturas, mudanças biomecânicas na passada e sobrecarga. Há afilamento e irregularidade das cartilagens, formações de bicos ósseos, edema e inflamação. A dor é constante, associada a rigidez matinal e perda da amplitude de movimento. O tratamento deve tentar corrigir algum fator biomecânico ou retirar a sobrecarga articular, controlar a dor, devolver a amplitude de movimento e retardar a progressão do desgaste. A injeção do ácido hialurônico assocaido a fatores de crescimento e células sinalizadoras, associado a aplicação do lasr de alta intensidade potencializa o tratamento significativamente.

 

 

Síndrome do Túnel do tarso

 

O túnel do tarso é uma estrutura entre o tornozelo e o pé, canal por onde passam nervos, tendões, veias e artérias. Quando a pressão dentro do túnel aumenta, isso pode provocar danos nos nervos e desencadear a compressão que recebe o nome de Síndrome do túnel do tarso. A dor se manifesta pela sensação de queimação e formigamento, podendo irradiar para o calcanhar e para os dedos dos pés. Com o tempo, o incômodo pode ser sentido mesmo em repouso. A infiltração de substâncias anti-inflamatórias guiadas por ultrassonografia pode ser bastante útil nestes casos.