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OS TIPOS DE DOR NA REGIÃO CERVICAL

A coluna cervical é a parte mais alta da coluna, é constituída por sete vértebras e fica na região do pescoço, onde precisamos ter grande mobilidade. Devido a essa mobilidade e a pouca proteção e estabilização da musculatura adjacente, quando comparado a coluna lombar por exemplo, a coluna cervical está suscetível a diversas condições que podem gerar dor. Contraturas musculares, lesões ligamentares, desgastes das articulações e dos discos vertebrais são as principais causas de dor nessa região. Essas condições podem ser desenvolvidas ou agravadas por postura inadequada, estresse, traumas, além de doenças provocadas pela idade e pelo desgaste natural das articulações.

Embora a maioria dos sintomas de dor na cervical costume durar pouco tempo e desapareçam em poucos dias, é preciso monitorar os sinais de dor quando eles surgem com frequência ou quando são duradouros, a fim de evitar que este se torne um problema crônico.

Quem sofre com cervicalgia (dor na cervical) costuma se queixar de dores no pescoço e com sensação de limitação em atividades do dia a dia e diminuição da amplitude do movimento da cabeça. Essa dor pode ser sentida ou irradiada na cabeça, ombros, braços e costas.

Não existe um único tratamento para o paciente que apresente um quadro de cervicalgia. Cada caso precisa ser analisado individualmente, com o objetivo de localizar a origem da dor. Por isso, é importante a consulta médica, onde faremos um diagnóstico preciso através da caracterização da sua dor, exame físico e exames de imagem, como a ressonância magnética.

Principais tipos de dor

Dor Miofascial

A dor miofascial pode ser focal ou difusa em toda uma região e ser aguda ou crônica. A dor geralmente está relacionada à formação de áreas de contratura, o que chamamos de pontos gatilho. Esses pontos podem ser sentidos a palpação e ser melhor localizados com ultrassom ou termografia. Quando pressionados os pontos causam dor local e referida a distância. O diagnóstico e desativação desses pontos é fundamental para melhora clínica do paciente. Normalmente realizo a desativação dos pontos gatilho com uma infiltração de anestésico guiado por ultrassonografia.

Dor Articular

Em pessoas com idade acima dos 50 anos, o desgaste articular é uma das principais causas de dor na região cervical, respondendo por até 40% dos casos. Chamamos de artrose esse desgaste articular. A artrose pode por si só desencadear dor ou estreitar a passagem dos nervos cervicais e gerar uma dor radicular. A dor da articulação é mais localizada, latejante ou em aperto, podendo se estender para a cabeça, ombro ou costas e ser agravada pela movimentação do pescoço (a dor da compressão do nervo falarei a frente). Essa dor da artrose cervical pode ser tratada com procedimentos específicos. A utilização de substâncias regenerativas pode ajudar a parar o desacelerar o processo. O uso da radiofreqüência para “desligar” os nervos sensitivos destas articulações é uma outra ferramenta que utilizamos nestes casos (chamamos esse procedimento de rizotomia, neurólise ou ablação).

Dor radicular (dor do nervo cervical)

A compressão ou inflamação de um nervo da região cervical gera uma dor característica, que chamamos de dor radicular. Essa dor pode ser irradiada por todo o braço, chegando até os dedos em alguns casos. A dor pode ser em choque, pontada, fisgada, queimação ou gelado e pode estar associada a perda da sensibilidade ou formigamento no local. Algumas manobras são utilizadas durante o exame físico para chegramos a um diagnóstico preciso. Utilizamos exame de imagem, como a ressonância magnética, para confirmar nossa hipótese. Em relação ao tratamento podemos utilizar infiltrações de anestésico e antiinflamatórios guiados por imagem no local do nervo. Com a radiofreqüência podemos realizar uma modulação da condução elétrica do nervo, ou seja, um ajuste de como a mensagem de dor passa por esse nervo. Com a utilização de um cateter, posicionado no local do nervo, podemos retirar algumas aderências e fibrose que podem ser a causa da dor.

Dor discogênica (do disco vertebral)

Os discos são importantes estruturas na coluna, ficando localizados no espaço entre as vértebras e atuando com o objetivo de aliviar o impacto, como se fossem amortecedores. No entanto, eles também estão sujeitos ao desgaste com o passar do tempo, sofrendo desidratação e, consequentemente, diminuindo a capacidade de aliviar o impacto entre as vértebras. Outra consequência do efeito do tempo é a alteração da estrutura do disco, com a diminuição de sua altura. Essa redução da altura e o enfraquecimento de sua estrutura pode ocasionar um abaulamento, protrusão ou extrusão do conteúdo discal, o que chamamos de hérnia de disco. Essa hérnia causa inflamação local e compressão sobre os nervos da coluna. Os procedimentos mais utilizados para tratamento desses casos são a infiltração de antiinflamatório na coluna (bloqueio peridural ou epidural), radiofreqüência dos discos e infiltração de substância biológicas regenerativas para alívio da dor e recuperação tecidual.

A medicina intervencionista no tratamento da dor cervical

A medicina intervencionista da dor pode atuar nos casos de dor na cervical que não apresentaram melhora após o tratamento inicial, com medicações e medidas gerais. Nestas situações, em que o incômodo, a dor e o desconforto não diminuem com o tempo, o médico intervencionista irá avaliar cada quadro individualmente.

Nas dores musculares, uma das possibilidades é a infiltração dos pontos gatilho. Depois de localizados estes pontos, o médico irá injetar, com o auxílio de uma agulha, anestésicos associados a algum tipo de anti-inflamatório, que ajudarão a desativar o ponto gatilho. Outra possibilidade é o agulhamento a seco do ponto gatilho, que também tem o objetivo de aliviar a tensão do local.

Os bloqueios são procedimentos realizados com anestésicos. Como o próprio nome diz, esse procedimento bloqueia a condução dos nervos. Isso pode servir como diagnóstico, porque saberemos que aquela estrutura é responsável pela dor. Quando associamos substâncias antiinflamatórias durante o procedimento, o bloqueio também passa a ser um tratamento. Esse procedimento pode ser utilizado nos casos de artrose, dor radicular (compressão de nervo) ou na dor dos discos vertebrais.

As infiltrações também podem ter o objetivo de reparar os tecidos lesados, como fazemos na medicina regenerativa. Com essas técnicas promovemos o alívio da dor e tentamos restabelecer a saúde do local, com uso de substâncias reparadoras naturais.

O tratamento por radiofrequência também é um procedimento minimamente invasivo capaz de aliviar a dor crônica na região. Depois de identificada a estrutura causadora da dor com a ajuda dos bloqueios diagnósticos e terapêuticos, a radiofrequência é capaz de desativar os ramos dos nervos responsáveis pela dor e preservar a parte do nervo que gera a sensibilidade e a força.

Quando há, por exemplo, a compressão do nervo em virtude de uma hérnia de disco, a injeção peridural cervical (bloqueio) torna-se uma opção de tratamento não-cirúrgico capaz de garantir alívio temporário ou até mesmo definitivo. Através da injeção de medicação anti-inflamatório, com anestésicos e corticoides, será possível fazer a desinflamação da área afetada e determinar se esta é a real origem da dor. Isso também pode ser aplicado nos casos da dor radicular cervical, que acontece quando há a compressão da raiz nervosa causada pela artrose ou pela protusão do disco.

Outro procedimento que tem excelente resultado é o uso do cateter epidural. Conseguimos nesse caso introduzir e navegar o cateter em direção ao local da dor e desfazer possíveis aderências ou cicatrizes que podem estar perpetuando a dor.

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